terça-feira, 9 de novembro de 2010

Finalmente o final...em cima da hora!

Todos os minutos foram de ouro. Serões na oficina de manhã até, algumas vezes, até às 4h da manhã, tal era a adrenalina e a vontade de voltar a por a rolar o belo bicilindrico da cor do céu.
Num restauro, e quando não temos experiência, geralmente temos a tendência de não dar muita importância, em termos de tempo, aos pormenores. Nada mais errado, pois é uma parte que, apesar de não parecer, consome muito tempo.
Em jeito de finalização das pinturas, os faróis também estavam esbranquiçados das 2 décadas e meia que estiveram expostos ao astro-rei Sol. Dai, que também foram lixados, levaram duas de mão de primário para plástico e pintados. Mais uma vez, a a ajuda das mãos amigas do meu grande amigo Vitor Pereira e futuro companheiro de viagem à Republica Checa foram indispensáveis para acelerar um pouco todo este processo.
A montagem do pára-brisas e demais vidros, com a ajuda do meu pai:


Ainda antes da IPO, um pequeno percalço: o capôt ainda não estava em condições de ser colocado. E o tempo até à partida para a República Checa torna-se muito reduzido, demasiado para o colocar em condições. É nesta altura que recebo a preciosa ajuda do meu amigo Neca, que dispondo de um irmão da mesma cor, empresta-me o seu capôt para poder ir à IPO. O meu grande obrigado pelo gesto!
Aqui já com os faróis devidamente pintados e montados, bem como o capôt e um dos guarda-lamas:


Segue-se a capota, portas, ópticas traseiras e porta da mala:


E já que se fala na porta da mala, uma pequena curiosidade: era a única parte de chapa que não tinha qualquer sinal de "osteoporose dos clássicos"!
Últimos preparativos:


Uns retoques em cinzento nos para-choques, que ficariam de forma provisória. O objectivo seria comprar uns novos. Mas o t€mpo estava algo contido, dai que tal compra ficaria para depois.
Gi-Joe a 99%, juntamente com mais 2 "irmãos", só faltando IPO, seguro e...usufruir!:



E finalmente, na tarde de 23 de Julho de 2009, cerca de 7 meses depois de ter entrado na garagem, o GJ volta a poder percorrer as estradas com estilo e (algum...) brilho!
25 anos depois do seu nascimento na fábrica de Mangualde, vê o seu...renascer!
Mas eis que surge uma outra questão: faltava fazer uma prova de estrada, por forma a confirmar a plena saúde do guarda-chuva-azul. Estando a minha partida para o Encontro Mundial dos 2CV na República Checa com o Vitor agendada para dia 25 de manhã (por forma a chegar no primeiro dia de encontro), e tendo em conta que faltava acabar de arrumar e preparar as coisas (que só daria para fazer no dia 24), uma conclusão imperou e ditou: seria muito arriscado uma viagem desta dimensão no Azulinho, tendo partido para o plano B: seguir com o irmão vermelho para a Europa Central.
Fica a lição: nestas coisas dos restauros, é preciso bastante tempo e...t€mpo!

Contra-relógio e sprint final!

Depois de reparado a nível de chapa, o restauro do 2CV passa para um novo estágio: pintura e montagem final. Por coincidência, o Encontro Mundial dos Amigos do 2CV na República Checa aproximava-se e a meta era (muito) ambiciosa: ter o Gi-Joe (devido à matrícula ser GJ) pronto para essa grande aventura! O tempo disponível ajudava: como os alunos do ensino secundário acabavam de entrar em férias escolares, eu como docente passava a ter mais tempo livre ;).
No entanto, tal meta impunha uma condição: o trabalho de recuperação teria de ser "parcial", isto é, algumas partes, que apresentavam uma condição razoável, seriam montadas tal como se encontravam no momento que foram desmontadas e a sua recuperação seria feita, mais tarde, numa segunda fase do restauro.
Mas o destino não deixou de pregar a sua "partida"...
Assim, começa a fase de pintura das partes de carroceria que haviam sido reparadas ou pediam um retoque pontual:


Da mesma forma, as portas traseiras e a tampa de ventilaçao dianteira (NA: a que estava montada encontrava-se cheia de buracos e num estado que nao justificava a recuperaçao, dai a compra de uma nova por pintar) levam primário e são pintadas:




Ao mesmo tempo, a carroceria, ja pintada, e montada no chassis, que entretanto foi pintado, protegido com anti-gravilha e cera, levou um tubo de travoes novo (o que vai para o eixo traseiro) e tiras de esponja no topo para assentar a carroceria. A obra vai ganhando forma...e a vontade de terminar a aumentar na mesma proporçao!


Entretanto, outras peças foram tratadas: escovas limpa para-brisas, hastes e suporte do respectivo motor, suporte do "cajado" (nome carinhoso dado ao comando da caixa de velocidades), suporte dos farois dianteiros, carenagem do motor, comando do travão de mão, suporte do painél de instrumentos, todos devidamente escovados, pintados e, quando necessario, lubrificados.


O final nem está está assim tão longe...tal como a luz ao fundo do tunel:

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Julho 2009 - A corrosão contra-ataca...mas não fica sem resposta!

Para os mais distraídos (ou que não se recordam), no 2º ou 3º post, no decorrer da primeira observação ao "Azulinho", uma das coisas que estava em pior estado eram as portas traseiras, para além dos painéis junto aos pés dos passageiros dos lugares da frente.
Pois bem, o mal nas portas ia para além de umas aparentes "bolhas" como relatam as fotos em baixo. O "caruncho do metal" continuava a dar mostras da sua avassaladora acção...





A acção foi de tal forma que estas só tiveram um (triste) destino: sucata. Tal era o estado delas... Solução: duas portas recuperadas por um preço simpático :)! Já com alguma protecção para que não tenham o mesmo fatídico destino que as suas antecessoras...


Passando para o capôt, à primeira vista tudo bem, apenas alguma corrosão na extremidade inferior. Nada mais errado, conforme a escova palha de aço desbastava, uma grossa e abominável camada de betume, em conjunto com reforços metálicos de qualidade duvidosa revelavam o pior cenário!



Em suma: a extremidade inferior do capôt tinha sido "reconstruida" em massa de poliester, directamente sobre o metal, fazendo com que este último voltasse a sofrer a acção da mãe Natureza. Depois de todo a massa arrancada com muito esforço e horas de paciência, deu para concluir que o capôt, à data em que a massa havia sido aplicada, pura e simplesmente já não tinha a extremidade inferior; havia sido toda "comidinha" pelo "caruncho do metal". Mas felizmente nao passava dai, estando o resto da estrutura em bom estado. Menos mal...
Dado que o preço de uma peça nova estava a um nivel proibitivo (varias centenas de €€...), decidi recuperar este e, mais uma vez, recorrer aos valiosos prestimos de bate-chapa do meu irmao.
Primeiro passo: recortar toda a chapa velha, mantendo apenas a parte central, servindo de referência e estando (milagrosamente) em estado recuperável.


Segundo passo: tirar medidas, realizar um molde e passar a forma obtida para a chapa.



Terceiro passo: Dar a forma e soldar a peça no devido local, restituindo ao capôt um aspecto próximo da sua forma original.


 Apesar de não aparentar, a grelha estava também num estado lastimável, estando partida em vários pontos. Não foi retirada porque iria ter uma substituta em breve...