quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Matéria prima...

Já dizia o ditado popular: "Não se fazem omeletes sem ovos". Neste caso, não se fazem reparações de bate-chapa sem...chapa :).


Os canídeos visiveis na foto foram uma grande e excelente companhia durante a recuperação do guarda-chuva-azul. Obrigado Gaspar e Sancho!

Peeling ao corpo...

E já que se tratou da tão importante charneira do capôt, nada como fazer um "tratamento de beleza" à carroceria do Azulinho! Algumas marcas deixadas das reparações feitas no inicio tinham de desaparecer, para além de algumas irregularidades na superfície do "corpo".
Várias horas de colocar massa de poliester, lixar e verificar e voltar a colocar massa onde necessário, lixar... No fim, valeu a pena o resultado :).










Depois de uma carroceria lisa e rectificada, faltava ainda uma importante parte de chapa afectadas pelo caruncho do metal: as portas dianteiras.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Setembro de 2010 - Regresso à charneira

Por esta altura, já o guarda-lamas estava reparado e também ficou disponível quem iria ajudar e orientar a colocar a charneira - dobradiça para os amigos - do capôt, o meu pai. Apesar de parecer uma tarefa trivial e objectiva, a verdade é que exige vários cuidados, desde o definir com exactidão onde a peça vai assentar, passando pelo tirar medidas com muito cuidado à peça de forma a garantir que esta depois é cortada com a largura exacta do carro e com a altura de aba ideal - demasiado alta, como vem em nova, não dá para assentar bem, demasiado baixa pode inviabilizar a soldadura na carroceria.
Passando para os trabalhos, eis que se começou por tirar medidas e começar a cortar a peça à medida:





Visto que a peça é sensível a empenar com o calor, foram realizados vários furos nas superfícies onde vai assentar, de forma a poder realizar soldadura por pontos. Esta soldadura teve de ser feita de forma faseada, com periodos de arrefecimento entre soldaduras para não haver o tal empenar da peça. Isto de ser bate-chapas não é uma arte por acaso!





Depois de soldada, é altura de entrar na fase de rectificação e nivelar a superfície. Primeiro, lixar soldaduras para que estas fiquem niveladas e depois estanhar a parte superior da peça, por forma a dissimular a diferença de altura entre a face da peça e a carroceria:



 Depois de estanhar (foi aqui que eu percebi bem o porquê de já ninguém utilizar esta técnica: apesar de oferecer muito bons resultados, a verdade é que exige muito tempo e paciência a condizer), é altura de lixar o estanho para depois ser rectificado com massa de poliester.





Já com aspecto quase final...


Mais uma camada de massa poliester, agora mais fina, e mais uma lixadela com lixa 200.


Como as irregularidades não ficam eliminadas à primeira, mais uma camada e mais lixa, agora de grão mais fino.


Finalmente, já a superfície bem lisa e com primário aplicado. O guarda-chuva já pode voltar a ter capôt encaixado em condições!

terça-feira, 3 de maio de 2011

Agosto de 2010 - Introdução a bate-chapas

Enquanto os bancos estavam a ser estofados, outras acções de beleza estavam a ser feitas sobre peças do guarda-chuva-azul, nomeadamente, a lacagem dos pára-choques (novos), escudetes, varão da capota, reparação e lacagem das jantes. Por esta altura, e depois de um árduo ano de trabalho (a vários níveis) e também de umas recuperadoras férias nos Açores, estava de volta para retomar os trabalhos no azulinho.
Dada a minha total falta de experiência na área de bate-chapas, não iria arriscar soldar a nova dobradiça do capôt, preferindo antes remeter tal acção para mão experientes. Assim, esta parte ficou em "stand-by"...
Entretanto, e como não gosto de sentir lacunas de conhecimento, decidi começar a aprender por mim, esta mesma arte. Para isso, nada como pegar numas chapas velhas, mais concretamente nos antigos para-choques do guarda-chuva-azul, e treinar cordões e pontos de soldadura. Posso dizer que ao fim de uma hora de treino já se viam melhorias significativas na qualidade e aspecto das mesmas!...
Motivado e feliz por já ter uma noção e sensibilidade para a soldadura, toca de pegar nos guarda-lamas dianteiros e repará-los, visto estes apresentarem várias fissuras.
















 Estando todas as soldaduras realizadas e faciadas, é tempo de passar para o nivelar de superfícies. Várias camadas, lixadelas e horas depois, o resultado ficou bastante razoável:




 

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Há coisas...

...que falam mais alto! Já alguém dizia de que nem só de pão vive o Homem. E no meu caso, para além do restauro do Azulinho, o mestrado que estou a realizar estava, por esta altura, a exigir mais dedicação. E, tal como o dinheiro, o tempo não estica, tive de tomar uma decisão: parar por 4 longos meses o trabalho de restauro do guarda-chuva-azul... Estavamos em Abril de 2010 e o Azulinho é colocado dentro da garagem para voltar a tocar nele em Agosto do mesmo ano. Coisas da vida...

Com o pouco tempo que restava entre mestrado e trabalho, aproveitei para ir colocando em marcha os trabalhos contratados ao exterior, nomeadamente o estofar dos bancos, lacagem dos para-choques e reparação das jantes. Uma boa aposta, visto que os bancos e jantes iriam ser algo demorados na sua recuperação...


 

Março 2010 - Restauro: 2a parte

Depois de revelar todo o seu potencial e saúde (ou não fosse um 2cv!...), eis que a minha vontade de ver o GiJoe com um aspecto "como novo" surge mais reforçada. Apesar da saude na parte técnica e solidez de chapa, tanto chassis como carroçaria, a verdade é que várias pequenas e umas poucas grandes coisas precisam de ser feitas para que o Azulinho volte a ficar como desejavel. Após uma primeira convivência, acções a realizar:

-> Substituir dobradiça de capot: na primeira parte, havia sido feita uma tentativa de recuperar a existente, mas sem êxito. A substituição era inevitável, incluindo parte de chapa da carroceria onde esta assenta. Maldita osteoporose da chapa...
->Nivelar toda a carroceria nos pontos onde havia sido reparada anteriormente: muitas zonas estavam rugosas e feias de aparência, apesar de reparadas. Toca de fazer trabalho de bate-chapa.
-> Reparar portas da frente: na verdade, acabou por ser uma reparação da porta dianteira do lado direito (recuperável) e arranjar uma "nova" para o lado esquerdo.
->Reparar guarda-lamas dianteiro direito: apesar de não ser uma opção muito razoável, tendo em conta a relação trabalho-que-dá-recuperar vs. preço-de-um-novo, serviu como "escola" para praticar a arte de reparar peças em chapa. Estas "aulas" foram muito úteis na reparação da porta da frente.
->Reparação da porta traseira esquerda: apesar de recondicionada no passado, esta porta nunca foi de trato fácil... E uma das coisas que conclui foi que o não fechar bem dela devia-se à dobradiça que estava...mal posicionada e soldada. Resultado: descravar dobradiça e soldá-la 5 mm mais abaixo, por forma a voltar a fechar bem.
-> Reparar e lacar jantes e para-choques novos: estes últimos são novos mas vieram em cor cinza, como de fábrica. Como o desejo é de serem brancos, foram directamente para a lacagem. Quanto às jantes, duas das originais do carro (até à data andava com umas jantes emprestadas com pneus meus...) estavam ok para reparar e lacar de branco, tive de arranjar mais duas para ficar com quatro.
-> Estofar bancos e reparar forras interiores das portas: Os primeiros estavam com o tecido totalmente destruido do uso e sol, napas incluidas. As forras era ficarem com outro tecido do meu gosto e levarem paineis de platex novo, visto que o original estava todo deformado da humidade...
-> Pintura de coluna de direcção, canhão de ignição, manivela, calhas dos bancos, vareta do capot, etc.
-> Lavagem das forras interiores de feltro: Só duas peças estavam limpas, as restantes encontravam-se imundas...
-> Substituição de parte da janela da porta dianteira do lado direito: a que estava lá encontrava-se deformada e não permitia abri-la como deve ser.
-> Pintura total: pois está claro para repor o merecido brilho ao GiJoe.
-> Renovação de sistema de travagem: tudo o que era peças de desgaste dos travões atrás, pastilhas e discos à frente foi substituido. Na última inspecção tinham me chamado à atenção do desiquilibrio da travagem atrás.
-> Restauro do comando das luzes: apesar de funcionar bem, encontrava-se ferrugento e com os plásticos do corpo feios. Vira novo com alguma lixa fina e tintas!
-> Substituição de algumas borrachas de vidros envelhecidas

Uma lista ainda algo longa mas que estava longe de desmotivar, bem pelo contrário! Sem tempo a perder, toca a começar a desmanchar o guarda-chuva e tratar da dobradiça do capôt:


Rebarbadora em punho e com (muito) cuidado a cortar, foi retirada a dobradiça em fim de vida:


 Felizmente por baixo da dobradiça não havia mais do que...pó. Felizmente sem corrosão!


Sob o telheiro ficou a repousar.